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sábado, 26 de janeiro de 2013

Cultivando neurônios




O professor Minrui Yu, e sua equipe, da Universidade de Wisconsin em Madison, conseguiram fazer células nervosas de ratos se ligarem umas às outras em uma rede de pequenos tubos de semicondutores. O experimento utilizou pequenos tubos de diferentes tamanhos feitos de semicondutores como silício e germânio. Esses objetos eram suficientemente pequenos para que os dendritos (prolongamentos do neurônio) de uma célula nervosa passassem através deles, porém não eram grandes o bastante para que o corpo da célula coubesse inteiro nele. Em seguida os tubos foram recobertos com células nervosas de ratos. Foi então observado que as células começaram a enviar seus dendritos através dos túneis de semicondutores, como que procurando caminhos. Os dendritos percorreram trechos sinuosos projetados pelos pesquisadores para conseguir “encostar” em seus vizinhos. Ou seja, os pesquisadores determinaram o caminho a ser seguido.
Sabemos que células nervosas têm intrinsecamente, um sistema de busca, que as faz procurar uma outra para, fisicamente, se ligar a ela; entretanto, não se sabe como se dá esse mecanismo. O passo seguinte deste estudo pretende responder a essa pergunta e também observar se as células, que agora formam uma estrutura híbrida com os semicondutores, se comunicam de forma normal entre si. Para tanto, os pesquisadores deverão instalar dispositivos elétricos para gravar a comunicação entre elas. Este pode ser o primeiro passo para um mecanismo capaz de reconectar terminações nervosas interrompidas, pois o que se espera é que os resultados da pesquisa ajudem a achar uma forma de fazer com que alguma espécie de componente elétrico ajude a restabelecer conexões interrompidas em células nervosas, como, por exemplo, em pessoas que tiveram secção da medula. 

Este estudo foi publicado pela Academia Americana de Química em seu jornal ACS Nano.

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